terça-feira, 18 de julho de 2017

PORTUCALE, a corrida dos complementos!

"Há lendas e factos que tentam explicar a origem do nome. Portugal, Porto, Gaia ou até Galiza são nomes que radicam em Cale. Várias são as teorias relativas à origem do nome, ao qual foi associado o Portus latino de significado entendível pela presença do porto natural no rio Douro. No ano 74 terá sido tomado por Perpena, lugar-tenente de Sertório, chefe dos lusitanos. No domínio romano,  seria o primeiro povoado na grande circunscrição que o Douro separava da Lusitânia, que daí tomou o nome para Callaecia, de que veio a resultar Galiza. A primeira referência documental a “Portucale” surge no século V. Também dali tomou nome o Condado Portucalense, do qual veio a nascer Portugal. Facto é que se trata da melhor forma de designar algo, mesmo no século XXI, relacionado com duas cidades que se continuam a complementar." por A Direção do Centro de Atletismo do Porto
... E assim nasceu a ideia de unir as duas cidades numa corrida representativa recheada de simbolismo e história. Esta foi a minha segunda participação nesta prova. Na edição anterior fiquei fã do percurso, do ambiente e da organização. Tive de regressar, apesar do seu adiamento. Quem corre sabe que, quando apanhamos boas boleias para correr, não se muda. Depois da experiência da Douro Run, voltei a "massacrar" o Cabral para a boleia na Portucale. Depois de vários requerimentos, emails, cartas registadas e mais umas centenas de pedidos... ele lá  cedeu e aceitou ( estou a brincar, não fiz nenhuma carta registada... mas o resto mantém-se!). :D 
Cabral e companhia!

O calor já apertava às 9h da manhã. Não iriam ser 15 kms muito fáceis. Mas vá, eram só 15! Sabem do que eu gosto mesmo nestes eventos? É do circular entre os atletas e encontrar rostos conhecidos mas com quem nunca falámos. Conhecidos porque há um elo comum. Depois há os rostos conhecidos e com quem já falamos e nos juntámos para a fotografia. 
Rodeada de boas energias: António, Ricardo Viseu e Carlos Gomes. Crédito de Lénio Marinho
Há também aqueles atletas a quem, na conversa se pede para rebocar (Luís Miguel Silva), em caso de necessidade...
Luís, olha o emplastro a pedir reboque!
De repente olhámos e vimos, algures, amigos que fizeram questão de ir assistir à partida, apenas e só porque a amizade impera. 
Começou a corrida! Calor do bom até ao retorno do Freixo. 
E virou! :D
Mas, pelo caminho, fomos  ouvindo vozes de incentivo, ora no público ora no pelotão. Aqui, o Manuel Silva e a esposa ladearam-me para um afável cumprimento e ânimo. 
Créditos de Felismina Pinho. Uma acérrima motivadora!
Evitei falar muito pois o calor era imenso. Mas é uma missão quase impossível, quando o ambiente é tão agradável à nossa volta. Quando chegámos à Ribeira perdi-me completamente. Viam a camisola de Amarante e comentavam. Simpática e educada como sou tinha de responder. Depois eram as objetivas que me chamavam e... "sai um pulo dos lados de S. Gonçalo, se faz favor!".
Ela não desfila, ela pula!
 Mais à frente surge o Vitor Dias, e lá fica a miúda a querer levantar voo. 
A tentar voar para subir a rampa! 
Com tanta adrenalina e energia despendida, nem dei pelo balanço da Ponte D. Luís quando lá passei. Demorei cerca de 500m a recuperar. Em direção à Afurada sentimos o vento e uma aragem mais fresca que auxiliou na restituição de um ritmo mais equilibrado. Ouvi o Leandro Ramos a chamar por mim e a motivar... soube tão bem!!! 

Anda moça, que falta pouco. Tão certinhos que estavamos!
Retorno da Afurada! A partir dali fomos certinhos até à meta. Coincidência ou não, a quem pedi para me rebocar, no inicio da prova, acabou mesmo por fazê-lo no último km. Bem lhe disse para seguir e aplaudir-me na meta, mas a resposta foi " Não, é para terminar todos juntos!". Seguimos a sua passada e os últimos metros foram fabulosos. Uma entreajuda fantástica e uma cumplicidade inigualável. O Cabral cedeu-me a passagem para ficar o registo disto: 
E sai o pinote da praxe. 
Prova terminada e uma excelente sensação de objetivo cumprido. (Sim, porque aqui o objetivo era terminar!). Aquela sensação de satisfação que nos preenche e nos faz esquecer as possíveis dificuldades que pudéssemos sentir ao logo da empreitada. Sorrisos abertos, abraços sinceros e um coração feliz. 
Com cara de quem já terminou!! 
Com mais esta experiência tenho mais consistente a ideia que as provas têm de ser usufruídas, vividas  na sua dimensão de "correr por prazer". Os tempos são para os profissionais e para os atletas que se querem superar e mostrar o resultado do trabalho realizado para o efeito. Eu gosto de correr, mas também gosto de me divertir. O relógio deixou de ser um acessório essencial e passou a ser um acessório de mero registo. Correr, divertir, sorrir, conviver e... ser feliz!
Ao  CAP Centro de Atletismo do Porto e à EventSport quero endereçar os mais sinceros parabéns pela excelente organização com muita simpatia à mistura. 
Não posso terminar sem deixar um especial agradecimento a todos os fotógrafos presentes neste evento. Sois os verdadeiros autores da história de cada atleta. Se não fosse o vosso registo fotográfico tudo não passaria de uma narrativa contada. Convosco a corrida tem mais vida! 
A todos que me motivaram, cumprimentaram, chamaram e acarinharam, um infindável obrigada.
A ti, António Cabral, muito obrigada pela companhia. Correr assim fica mais fácil.
Corrida Portucale, sou feliz a correr aqui! 

2 comentários:

  1. "Sou feliz a correr aqui"
    E está tudo dito!
    Muitos parabéns pela prova e diversão :)

    Beijinhos e venham mais assim

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    1. Tu sabes essa sensação. Correr, sorrir, suar, "sofrer", mas no final é aquilo.
      Beijinhos

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