terça-feira, 31 de maio de 2016

Corrida Portucale, o regresso!!

De volta às efemérides das corridas e à verdadeira essência deste blog. Embora o que quer que aqui  escreva fundamenta e alimenta a sua natureza. Mas é tipo cheesecake; a corrida está na base!
ME, MYSELF AND I
Após uns 5 meses, mais coisa menos coisa, ausente de provas de estrada, fiz o meu regresso na Corrida Portucale. Porquê esta corrida? Simples. Atualmente o meu lema é participar em provas que nunca tenha participado, ou então repetir as que me ficaram marcadas pela positiva. Esta cabe na primeira opção. Deixei a maluqueira de participar a torto e a direito, em tudo que era prova. Prefiro fazer poucas, mas boas e interessantes. A idade tem destas coisas... moderação!

Optei por viajar sozinha até Gaia uma vez que os meus planos era ficar pelos lados do mar durante o resto do dia.
Cheguei cedo. Tão cedo que fui a primeira a levantar o dorsal. Encontrei imediatamente o Manuel Sá, que estava incansável com toda a organização da prova. A Ana Paula Costa foi quem se seguiu à imensa lista de reencontros e cumprimentos jubilosos.
Me e Ana Paula Costa
Fui tomar o pequeno almoço e, durante esse tempo, verifiquei que a chuva não estava a dar tréguas. Não me sentia mal, dado que uma chuvinha seria bem vinda durante a prova. Terminei e fui encontrar os restantes elementos do meu grupo a levantar os dorsais. Mais um reencontro, pois há algum tempo que não estamos juntos. Conversa aqui foto ali, e a hora de equipar estava a chegar.
ADA na Corrida Portucale
Voltei a juntar-me a eles para a foto de grupo e circular entre os atletas. Encontrei o meu querido António Cabral. Embora não fosse correr estava presente para apoiar e registar o momento! Fiquei feliz por sabê-lo bem. Após uns minutos de conversa e registos hilariantes voltei a circundar o local.
Registo hilariante by António Cabral
Precisava absorver todo aquele ambiente. A satisfação era tremenda. Sentia saudades de vivenciar aquela energia dos sorrisos, dos encontros, das cores, dos aquecimentos, da concentração, da descontração, das fotos, das conversas, dos gestos... de tudo o que antecede e envolve uma partida. Ali estava feliz!
O tiro de partida soou e segui rumo aos 15 kms. Queria averiguar como estava em ambiente de prova. Não pensei em tempos. Aliás, os tempos com que possa terminar uma prova nunca me tiraram o sono. O único tempo que eu pensava mesmo era a ausência de chuva quando até sabia bem umas "pinguitas" para suavizar, pois o calor apertou na ida para o Freixo. :D
Concentrada
 Com o decorrer dos kms fui ajustando o ritmo para não sair muito da zona de conforto. Tinha começado com muita euforia e podia estragar tudo. Aqui e ali escutava o meu nome, quer por quem corria, quer por quem assistia... tão bom estes miminhos!! Se não era o meu nome era AMARANTE. ;)
Cortesia do António Cabral
Os kms iam sendo conquistados sem grande aperto nem sofrimento. Fui para rolar...
Ponto de equilibrio na Ponte D. Luis
Perto do 9º km a Paula Dias alcança-me e, instintivamente, fizemos o resto do percurso juntas. Sempre a um ritmo tranquilo, tão tranquilo que ía dando para conversar. (Ainda surgirá uma prova que farei sem abrir a boca... só não sei quando!! :D :D  )
Sem dúvida, que com companhia tudo fica mais fácil. Chegámos à meta quase sem dar por ela. (Quer dizer, até demos, mas as forças uniram-se!).
Sentir aquelas pessoas na zona da meta a assistir e a motivar acionou a adrenalina e terminámos com um imenso sorriso e uma alegria enorme! (dá para ver nas fotos). Somos mesmo fenomenais! Obrigada Paula!



Fiquei muito contente quando a Paula disse que foi um excelente tempo aos 15 kms, a poucos metros da meta. Sensacional!
Muito bom terminar, independentemente do tempo registado no pórtico. Terminamos à frente de milhões... :) dos que não correram! :D 
Esta frase faz-me recordar um momento da prova. Enquanto corria um senhor com os seus 60 e tal anos corria a meu lado e a apoiar o Rui Muga, dizendo "Força Campeão". De repente, olha para mim e diz: "Nós também somos campeões..."
Somos sim, porque somos nós que fazemos o lençol da corrida, que vamos pintando as ruas de cor e suor, que sorrrimos quando nos aplaudem, que enviamos um beijo a quem nos motiva, que fazemos uma expressão animada e pitoresca quando vimos uma objetiva, que empertigamos o corpo quando escutamos o nosso nome, que auxiliamos o outro mesmo cansados... que muito mais pois só quem corre sabe o que isto é!
Fim de prova e foto com Ana Martins
De volta ao evento, os meus colegas já me esperavam. Ansiosamente perguntaram como estava e como correu. Pela minha expressão deu bem para perceber que estava ótima e que correu muito bem! Eles também estavam fantásticos e nem se notava que tinham corrido os 15 kms. Com um jeitinho faziam mais 15. :D
Grande prestação da ADA Amarante!
Miguel, Veríssimo, Carlos, Elisabete, José e Miguel Barros
A euforia sentia-se entre os que iam finalizando. O balanço da prova estava sendo feito por cada grupo que passava. A medalha ao pescoço era a evidência de que o objetivo tinha sido atingido!
Mais uma!
Muitos parabéns a toda a Organização. Ao Manuel Sá e todos os elementos do grupo "Tugas na Estrada" que se voluntariaram para auxiliar nesta magnifica prova.
Um agradecimento especial a todos os fotógrafos presentes, na incansável tarefa para nos brindar com magníficos registos.
Em suma, um regresso fabuloso numa prova fantástica! 

Próximo objetivo de estrada: Meia Maratona de Gondomar! 
Um mês para treinar e afinar as pernas! Sigaaaa :)







sábado, 28 de maio de 2016

De Castro Laboreiro a Pitões das Júnias


Justamente reposto o feriado e acompanhado por um sol convidativo, nada como umas "passeadelas" pelo Parque Nacional.
Às 9:30h já estava a tocar à porta da Rosinha e do Sr. Jorge Lobo ( sim, exatamente a mesma pessoa que faz uns bons treininhos comigo e me dá a conhecer novos trilhos para correr... ou caminhar).
Após preparar a marmita, colocar o essencial no jipe e o cafezinho na vila, o destino: Castro Laboreiro. Embora ouvisse falar muito desta região ainda não tinha tido a oportunidade de a conhecer.

Castro Laboreiro - vista do Castelo

" A aldeia de Castro Laboreiro, antigo conselho medieval, está situada no extremo Norte do Alto Minho e de Portugal. Estando a aldeia localizada no cimo da montanha, a mais de mil metros de altitude, levou a que os castrejos defendessem os seus costumes, e tradições de todas as influências estranhas, e que ainda hoje persistem. Uma dessas tradições é a das inverneiras e das brandas. Em meados de Dezembro, com a chegada do frio e dos nevões, as populações de Castro Laboreiro pegam nas suas roupas, utensílios caseiros e de lavoura e “tangendo o gado, migram em massa para os vales, onde possuem uma segunda casa e uma segunda aldeia."
Chegados à aldeia, rumamos ao lugar de Rodeiro para palmilharmos parte do trilho do Megalitismo do Planalto de Castro Laboreiro.


Não havendo tempo para fazer os 13 km, percorremos apenas uma parte, passando um pouco além do Alto da Mansão do Guerreiro. Avistamos algumas Mamoas ao longe, a lagoa do planalto, o gado a pastar numa imensidão de prado verde... e uma paisagem a perder de vista. Um planalto imenso onde quase dava para tocar as nuvens.


















Fizemos o retorno para almoçar. Almoço na serra é manta estendida no chão, descadeiradamente sentados e comer coisinhas frias e simples.
Regressámos a Castro Laboreiro para visitar as ruinas do Castelo com o mesmo nome.
 A praticamente 1000 metros de altitude, e localizado em pleno sistema montanhoso da Peneda-Gerês, numa linha interior da fronteira entre o Alto Minho e a zona de influência de Ourense, o castelo de Castro Laboreiro é um dos mais emblemáticos monumentos militares nacionais, mais pela localização geográfica aberta aos planaltos galegos, que pela sua pretensa importância no quadro da história militar portuguesa."
Decidimos percorrer os cerca de 800 m até ao Castelo pelo lado Sul. Um caminho sinuoso entre árvores de pequeno porte e vegetação rasteira que nos levou ao cume do castelo.










Àquela altitude tudo à volta era assombrosamente deslumbrante. Montanhas rasgadas de fendas, os aglomerados de brandas, a imponente cordilheira transfonteiriça Gerês/Xurês, as cascatas lá ao fundo... indescrítivel!







Descemos pelo lado norte e visitamos a ponte Romana sobre o Rio Castro Laboreiro e as lagoas formadas pelas quedas de água.








Visitámos o Núcleo Museológico de Castro Laboreiro. Este Núcleo integra também uma “Casa Castreja” tradicional. No seu interior está uma exposição relativa à realidade castreja, nomeadamente sobre a transumância entre as Brandas e Inverneiras da freguesia.
Casa Castreja






Seguiram-se a Ponte da Assureira e a Ponte Nova ou da Cava da Velha. 
"Esta é considerada como Monumento Nacional. "Insere-se nas redes vicinais a sul do Castro Laboreiro. A sua existência justificou-se, ainda, pela proximidade em relação a uma fortaleza castreja, situada nas imediações, como forma de garantir o processo de romanização e de ataque das tropas romanas."
Ponte da Assureira


Ponte Nova ou da Cava da Velha
Tourém
Deixámos Castro Laboreiro, entrámos na fronteira da Ameixoeira, uma passagem por Espanha para regressar novamente a Portugal. Seguimos até Tourém
"A aldeia de Tourém é a única povoação portuguesa situada a norte da serra do Gerês, na margem esquerda do rio Salas, entre as aldeias galegas de Requiás e Guntumil Randín." 
Tourém
Forno do Povo




Uma aldeia típica, com calçada à portuguesa, ruas estreitas, as igrejas e capelas, o emblemático " Forno do Povo" e as espigas de milho penduradas nas varandas. Uma pausa para hidratar no café do centro, uns amendoins, duas de conversa e a viagem prosseguiu.
A próxima paragem: Pitões das Júnias. Mais uma região que eu desconhecia! 
Embora me encontrasse extasiada com tanta beleza e informação junta, em tão pouco tempo, o meu corpo estava a ceder ao cansaço de uma noite pouco dormida, após uma curiosa e interessante passagem por Ponte de Lima e sentir o aparato da Vaca das Cordas.
Chegámos a Pitões a meio da tarde. Precisava colocar as pernas em ação para despertar... Descemos a ladeira empedrada até ao Mosteiro de Sta Maria das Júnias. Segundo os escritos este Mosteiro está intimamente ligado à história e desenvolvimento de Pitões.  Face à data gravada no muro da igreja, terá sido fundado no ano de 1147. Situado num vale de díficil acesso, obedecendo ao critério de isolamento, encontra-se, atualmente, em ruinas e existem avisos para circular com atenção devido à iminência de ruir.  










Moinho do ribeiro de Campesinho

Ponte sobre o Ribeiro de Campesinho

"Pitões das Júnias é uma pequena localidade e sede de freguesia com cerca de 200 habitantes, pertencente ao concelho de Montalegre no distrito de Vila Real. Localizada a 1200 metros de altitude, no coração do Parque Natural de Peneda do Gerês e inserida na bela paisagem transmontana do Barroso, Pitões das Júnias conserva ainda hoje as típicas casas serranas de granito, os espigueiros para secagem do milho, os moinhos e o forno comunitário. Apesar do crescente abandono dos seus habitantes, a aldeia conserva ainda alguns sinais de actividade como sejam os animais que pastam na região e os campos agrícolas." 
O Sol de fim de tarde estava radioso e a visita ao centro da aldeia era ineviável. A Taberna Celta foi o local escolhido para hidratar. Um ponto de encontro rusticamente decorado, ambiente acolhedor que nos reporta para a simplicidade do tradicional. Visita obrigatória!











Saímos de Pitões já o Sol estava com carinha de despedida. As vacas já se recolhiam e as cabras aproveitavam os últimos momentos do dia para sacar mais uns rasteirinhos para o estômago. 

O regresso foi feito por Lobios e uma paragem relaxante na piscina de água quente. Vinte minutos depois estávamos a caminho da Vila do Gerês.
Rosa Capela e Jorge Lobo, simplesmente... MUITO OBRIGADA!


Foi assim este feriado!!! O tempo colocou-se de feição e, graças à boa vontade da Rosinha e do Sr. Jorge, pude aproveitá-lo da melhor forma possível. Conhecer mais um pouco do nosso património nacional, visitar, interagir, conviver, divertir e, acima de tudo... viver o Gerês!